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Parque de Exposições "Fernando Costa"

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     O Parque de Exposições Fernando Costa é um espaço público projetado segundo os critérios e soluções visando atender as necessidades de grandes exposições agropastoris. Estes tipos de espaços são herdeiros das antigas exposições do século XIX que objetivavam aglutinar no mesmo lugar o diálogo entre cultura e tecnologia sob o prisma do progresso. Os espaços de exposições agropastoris tiveram no Brasil seu apogeu nas décadas de 1930-1950 como espaços de visibilidade do progresso econômico da região. Data desse período a busca pela efetivação da tipologia arquitetônica neocolonial.

Um grupo de arquitetos e intelectuais do período, os quais tiveram envolvimento com a dinâmica de criação e propagação de legislações patrimoniais propuseram um novo modo de pensar a arquitetura como forma de democratização e visibilização do referencial emblemático do patrimônio arquitetônico brasileiro, criando projetos de edifícios privados e públicos denominados “neocoloniais”. E dentro deste contexto, podemos caracterizar o modo de produção da fachada principal do Parque Fernando Costa.

 


     Este modo de produção priorizava alguns elementos de tipologias e volumetria encontradas na arquitetura luso-colonial. Porém, o material e a tecnologia construtiva refletiam a ideia de “progresso” que circulava na época. Data de 27 de março de 1943, o registro da primeira exposição de gado realizada em Franca. Evento realizado de improviso no campo da Associação Atlética Francana (Rua Simão Caleiro), em decorrência de uma visita agendada pelo Interventor Federal Fernando Costa à cidade, que entre outras agendas, inauguraria as novas instalações da Escola Normal Livre de Franca e Estação de Tratamento de Água de Miramontes. Tal visita se caracterizava como um evento de grande importância, repleta de encontro com as mais importantes autoridades da cidade e região, marcada por banquete na AEC (Associação dos Empregados do Comércio), desfiles cívicos, bailes, entre outros compromissos.


     Em relação à exposição pecuária, a edição do jornal “Diário da Tarde” de 17 de março de 1943 trazia os seguintes destaques: “A exposição pecuária no campo da Associação Atlética Francana promete revestir-se de um ineditismo sem par à Franca, que pela primeira vez, apresentará a um ilustre homem de Estado, uma exposição de seu gado selecionado, os mais finos plantéis de “Gyr” “induBrasil” e outras raças.

O mesmo periódico destacava ainda, o envio de um telegrama de um grupo de pecuaristas ao governo, informando sobre a realização da exposição:

"(...) Criadores abaixo assinados cientes e gratos pela visita de V. Excia. deverá fazer a esta cidade dia 27 do corrente resolveram improvisar uma exposição em honra a V. Excia. que tanto tem feito pela pecuária nacional pt Para isso já deram inicio hoje construção dos pavilhões pt
Saudações cordiais"

     Dado ao sucesso da exposição, durante sua visita, o Interventor Federal prometeu aos criadores a instalação de um parque de exposições permanentes, como meio de fomentar a pecuária local e regional. Definida uma área na Vila Chico Júlio como local para a instalação do parque de exposições, foram dez anos de espera para sua conclusão e inauguração. Tal demora para a conclusão do parque gerou críticas e sugestões para a transformação do local inacabado em uma escola de medicina veterinária:

“A ideia de se transformar o recinto “inacabado” da Exposição de Animais situado além da Vila Chico Julio, em Franca, em Escola de Medicina Veterinaria, vem encontrando eco. Já se discutiu o problema, já foram tomadas medidas a propósito. (...) Uma elite de moços estudiosos fará de Franca a “Meca” do seu saber”. (...) Se examinarmos a finalidade para qual foi criada o “inacabado” recinto podemos concluir que os benefícios que o mesmo possa a vir proporcionar, reverterá somente para uma centena, no máximo duas, de indivíduos que se dedicam à pecuária com o fito quase que exclusivo de auferir lucros pecuniários.

     Contudo, a ideia da Escola de Medicina Veterinária não foi encapada e, em dezembro de 1951, com o aval do Departamento de Obras Públicas do Estado, conduzidas por Alberto Schirato e Geraldo de Andrade, as obras do Parque de Exposições foram retomadas, já no final da administração Antônio Barbosa Filho, com o compromisso de ter sua continuidade na administração do prefeito eleito, Dr. Ismael Alonso Y Alonso, que tomaria posse em janeiro do ano seguinte.

Ademais, necessitariam ainda cerca de um ano e meio para que o empreendimento pudesse ser concluído e o sonho da primeira exposição em um parque permanente fosse realizado em Franca.

"Depois de um longo período de paralisação de obras, atinge a sua fase de acabamento o magestoso Recinto da Exposição de Animaes e Produtos Derivados. Um régio presente, dotado à Franca pelo saudoso interventor Fernando Costa. Sofreu, como todas obras públicas os períodos de paralisações. (...) Em realidade se torna finalmente o sonho dos nossos fazendeiros e pecuaristas, que de ha muitos anos vinham com ansiedade aguardando esta concretização."

     Em 27 de junho de 1953, Franca realizava sua primeira exposição permanente de gado em recinto próprio. Organizada pela Associação dos Produtores do Vale do Sapucaí, contando com presença de representante da presidência da República e autoridades do estado e região, o evento se concretizou como um dos maiores acontecimentos já registrados, até então, na cidade.

"Constituiu um espetáculo sem precedentes na história de Franca, a inauguração da I Exposição de Animaes e Produtos Derivados. De ha muito tempo Franca não assistia a tão notável empreendimento e os três dias em que durou a exposição relembraram, a todos os francanos os tempos faustosos de nossa terra, cheia de movimento, animação, dinheiro e fartura. Oxalá seja isso prenúncio de dias melhores para esta zona tão cheia de possibilidades materiais e econômicas."

     Em março de 1957, Franca inaugurava sua primeira exposição a nível estadual. acontecimento que a partir de então, colocaria a cidade no circuito dos grandes eventos agropecuários do país. A instalação do Parque de Exposições na Vila Chico Júlio veio a contribuir para o desenvolvimento, não só do bairro, como também, para toda aquela região da cidade. Com a realização de uma exposição estadual, o poder público precisou angariar esforços para a condução do asfalto até o recinto em conjunto com a Associação Rural do Vale do Sapucaí, responsável pela organização do evento. Fato que sem dúvida, levou melhorias a todos os moradores locais e das imediações.

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     A área do parque, aproximadamente 150.000 m² foi doada pelo pecuarista Tenente Continentino Jacintho à Prefeitura de Franca, que cedeu ao Governo do Estado passando a gerenciá-lo. Após alguns anos, o Estado firmou convênio com a Prefeitura de Franca assinando um Termo de Cessão da área, e desde então a responsabilidade pela estrutura física e manutenção da área do parque é da Prefeitura. Com uma arquitetura estilo colonial clássica, o Parque de Exposições “Fernando Costa” é tombado pelo Condephat e considerado patrimônio histórico e cultural do município.

Fernando Costa

     Fernando de Sousa Costa nasceu em Jacareí, SP, em 10 de junho de 1886, filho do militar, Coronel Querubim Febeliano da Costa, e Augusta de Sousa Costa. Viveu sua infância e quase toda a adolescência na capital paulista, onde cursou os ensinos, primário e secundário no colégio Liceu do Sagrado Coração de Jesus, localizado no bairro dos Campos Elíseos, na região central de São Paulo.

     Seguindo para Piracicaba, no interior do estado, frequentou a Escola Complementar e, posteriormente, ingressou na Escola Superior de Agricultura Luís de Queirós, onde se formou engenheiro agrônomo em 1907. Ainda na cidade, lecionou em um curso primário mantido pela Escola Igualitária, a fim de garantir a continuidade de seus estudos, e exerceu atividades no jornalismo, quando dirigiu a Gazeta de Piracicaba. Após diplomar-se, casou com Anita da Silveira Costa, indo os dois residirem em Pirassununga (SP), onde Fernando Costa iniciou as atividades de engenheiro agrônomo e construiu sua fazenda-modelo. Não demorou a ingressar na política, começando com a eleição para o cargo de prefeito da cidade, em 1912.

     Lançou-se candidato à Câmara Estadual em 1919, sendo, então, eleito deputado estadual. Foi indicado, em 1927, para chefiar a então nova e autônoma Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio - que, até então, era parte da Secretaria de Viação e Obras Públicas, órgão do qual Fernando Costa fora presidente da comissão na Câmara Estadual. Exercendo o cargo de Secretário da Agricultura de São Paulo durante o governo de Júlio Prestes, até 1930, fez um extenso trabalho de reestruturação de departamentos. A partir da reorganização das diretorias de Agricultura, Indústria Pastoril e de Terras, Minas e Colonização.

     Foi Ministro da Agricultura do Governo Vargas entre 1938 e 1941, durante o Estado Novo, tendo fundado o Instituto Biológico e o Parque da Água Branca, que leva seu nome, além de ter realizado pesquisas de exploração de petróleo. Foi também nomeado interventor do Estado de São Paulo entre 1941 e 1945. Tomou posse do cargo no dia 4 de junho de 1941, substituindo Ademar de Barros. Em 10 de outubro de 1945, foi assinado o decreto-lei que antecipava as eleições estaduais para 02 de dezembro, fazendo-as coincidir com as federais.O decreto proporcionava aos interventores a possibilidade de se candidatarem e lhes dava um prazo de 30 dias para a desincompatibilização. Interessado em candidatar-se ao governo de São Paulo, Fernando Costa exonerou-se em 27 de outubro do cargo que ocupava, no que foi acompanhado por outros interventores de vários estados.

     Porém, com a deposição de Vargas em 29 de outubro de 1945, assumiu interinamente o governo do país o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro José Linhares, cujos primeiros atos foram revogar o decreto que antecipava as eleições e nomear novos interventores, quase todos, elementos do Poder Judiciário. Fernando Costa dedicava-se à campanha eleitoral como candidato ao Executivo paulista quando veio a falecer, em desastre de automóvel, na rodovia Anhangüera, no dia 21 de janeiro de 1946.

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