Depois de contabilizar nas últimas semanas, o envio de 80 moradores em situação de rua sem familiares na cidade para seus locais de origem, a secretaria municipal de Ação Social prepara uma nova etapa contra o ato de dar esmolas e abordagem. Esse trabalho tem dois propósitos prioritários, o primeiro deles é atualizar o diagnóstico da situação na cidade, como a identificação dessas pessoas, origem, condições de cada uma, se tem vícios ou não, boa saúde e pretensões futuras caso persistam na cidade e a outra é oferecer opções de tratamento e suporte para voltarem aos locais de origem.
O balanço até o momento é o melhor possível, observou o secretário da pasta, Vanderlei Martins Tristão, que tem acompanhando algumas abordagens da equipe do busca ativa, com profissionais habilitados e se envolvido diretamente na campanha para sensibilizar as pessoas a não darem esmolas. Esse trabalho foi feito em cruzamentos de ruas e avenidas, nos horários de grande fluxo de movimento e a receptividade foi positiva em todo os sentidos. As pessoas recebiam os folhetos manifestavam sua aprovação.
E a partir da conscientização das pessoas de que não dando esmolas ajudam muito mais que oferecendo dinheiro, os resultados começaram a aparecer, explicou o secretário. Na adesão efetiva de boa parte da população à campanha está o segredo dos primeiros resultados, pois com menos dinheiro para comprar drogas ou bebidas, eles moradores de ruas passaram a ser mais acessíveis nas abordagens, aceitando apoio, irem para o Abrigo, fazer tratamento em clínicas de recuperação e mesmo voltar para suas cidades originárias.
Isso vem sendo feito de maneira sistemática, dia e noite, finais de semana e feriados, com visitas nos principais pontos de concentração. Existem ainda, algumas resistências, mas os profissionais envolvidos estão preparados, conversando e mostrando as opções que são oferecidas. Um exemplo recente, foi de uma moradora em situação de rua grávida no Parque Santa Adélia, que estava prestes a dar à luz e foi resgatada do local inóspito em que estava, internada na Santa Casa onde teve todo acompanhamento.
Um outro caso é de um rapaz que resistia a oferta de qualquer tipo de apoio, no bairro City Petrópolis, o qual foi diagnosticado mais tarde com tuberculose e estava prestes a morrer sem assistência. Por fim foi convencido a se tratar, levado ao Pronto Socorro, medicado e acompanhado semanas depois até se recuperar, de tal forma que de forma natural pediu ajuda para voltar para Ourinhos, na divisa com o Paraná, onde tinha seus familiares. Ele é um dos 80 de que deixaram as ruas da cidade.
Nos próximos dias, milhares de folhetos com orientações gerais aos munícipes, sobre as consequências do ato de dar esmolas, reiterando o apelo para a população continuar ajudando, começarão chegar nas casas das pessoas. O intuito é ‘manter a chama acessar, ou seja, todos em alerta. Nesse final de ano, com apoio da Guarda Civil, também serão reforçadas as ações na área central e demais locais em que essas pessoas insistem em se reunir.