A participação do público no 1º Fórum Intersetorial de Saúde Mental Infanto-Juvenil, nesta sexta-feira pela manhã no auditório da Secretaria Municipal da Educação, superou todas as expectativas, exigindo dos organizadores, que providenciassem assentos extras para acomodar as mais de 380 pessoas que compareceram. E a partir da abertura dos trabalhos, com uma apresentação cultural dos alunos do CEI (Centro de Educação Integrada da Prefeitura), as atenções se voltaram com muito interesse a cada pronunciamento feito a frente pelos convidados.
Esse Fórum foi uma iniciativa conjunta da Comissão sobre Infância e Juventude do Grupo Condutor Municipal da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCAF), contando com o apoio da Prefeitura e sua Secretaria de Saúde para a sua realização, bem como da Pastoral do Menor. Dentre os seus objetivos, teve o propósito de estabelecer-se como um espaço de mobilização e articulação da rede de atendimento intersetorial local para a atenção em saúde mental de crianças, adolescentes e jovens, possibilitando a construção dialogada de propostas e estratégias integradas de atuação entre os diversos profissionais e órgãos envolvidos.
Até pouco tempo a política de atendimento aplicada para esse público infanto juvenil era a mesma do adulto, o que é bem diferente, disse uma das profissionais envolvidas na organização do evento. Embora destinado aos profissionais atuantes nas políticas de Saúde, Educação, Assistência Social, Medidas Socioeducativas, Conselhos de Direitos, Conselhos Tutelares e Sistema de Justiça, o Fórum atraiu participações de representantes dos vários segmentos da sociedade, Conselho Tutelar, clínicas, entre outros.
O secretário de Saúde, José Conrado Netto, representou na ocasião o prefeito Gilson de Souza, com as participações também dos promotores Eduardo Tostes, de Saúde Pública e Direitos Humanos e Anderson de Castro, que acaba de assumir a Infância e Juventude. Para Karina Pinto Arantes Guilhermino, terapeuta especialista em Dependência Química e Saúde Pública e responsável pelo Apoio Técnico de Saúde Mental do município, foi extremamente proveitoso o evento, rico em troca de saberes, muito comprometimento dos presentes, um espaço que não havia, onde todos queriam se manifestar e na medida do possível o fizeram.
Encaminhamentos
Dentre alguns encaminhamentos feitos nas discussões, constou uma moção do Conselho Municipal dos Direitos da Criança, reivindicando a implantação do CAPS, conforme previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias, bem como o apoio institucional e financeiro para a manutenção do Fórum Intersetorial de Saúde Mental Infanto-Juvenil como espaço permanente de diálogo, formação e construção de propostas de intervenção entre os diversos órgãos e serviços que integram a rede de atendimento local.
Também foi elencada a criação de estrutura descentralizada de atendimento das demandas, lançamento, capacitação dos profissionais, dentre outras medidas. Dos convidados presentes compartilharam suas vivências e experiências, Regina Helena Pucci Abrahão Hanna, pedagoga; Geovana Garcia Fuga Lima; Priscila de Souza Oliveira; Diego Antônio de Castro; João Bosco de Souza Santos.
A parte final contou com a palestra de Cecília Motta, psicóloga, especialista em Drogas no projeto Quixote-SP, que abordou a questão do “Acolhimento, Vínculo e o papel da Intersetorialidade na Atenção em Saúde Mental a Infância e Juventude”, seguido da apresentação do mapeamento da rede de serviço nas áreas da infância e juventude, feito por Iara Flávia Afonso Guimarães e Márcia Luzia Ricci.