Prefeitura de Franca, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e da Vigilância Epidemiológica, reforça que todos os dados relacionados ao Coronavírus estão sendo divulgados com a mais absoluta transparência. O médico Homero Rosa Júnior, da Vigilância Epidemiológica, esclareceu em entrevista nessa quinta-feira, que os exames de investigação dos casos suspeitos de Franca também são feitos em São Paulo.
Os resultados demandam um certo tempo, por conta da alta demanda. Ele também explica como a população deve se comportar neste momento para evitar a contaminação e riscos que o Coronavírus oferece. Ficar em casa continua sendo a medida mais segura para evitar a transmissão.
Confira a entrevista:
Pergunta: Muito tem se questionado sobre a investigação de casos suspeitos do Covid-19 em Franca, o senhor poderia esclarecesse como está sendo feito esse trabalho de investigação?
Dr. Homero - Estamos fazendo essa investigação há muito tempo, eu estou há quinze anos como médico aqui na Vigilância Epidemiológica e já enfrentamos várias situações, nenhuma tão específica. Sempre trabalhamos com transparência e com a coparticipação da sociedade, pois com o acesso à informação oficial do que está acontecendo, é possível ter uma noção de como se comportar. E em relação ao Covid-19, temos os casos que ainda estão em aberto esperando os resultados, pois estes vêm de São Paulo, visto que não tem como Franca ou Ribeirão Preto processar esses exames pois são muito específicos, e existe um acúmulo gigante do Estado inteiro mandando exames para lá. Nós ficamos na expectativa de ter os próximos resultados, e mais uma vez reforço para a população que tudo que está acontecendo está sendo noticiado, e não é interesse nenhum, principalmente para mim como médico, esconder alguma informação, qualquer que seja da população. A verdade simples é mais importante do qualquer outro motivo seja político, educacional ou preventivo.
P - Mesmo não havendo nenhuma confirmação de caso positivo em Franca, a população precisa se manter em alerta e tomar todas as medidas preventivas e também do isolamento social?
R - Isso faz parte das estratégias epidemiológicas, que se faz para conter o avanço de um vírus que ainda não tem tratamento e não tem vacina para prevenção. Então é preciso algumas estratégias de inteligência, essas que já podemos dizer se deram certo ou errado de acordo com o que cada país fez. Estamos aprendendo com os acertos e erros dos outros países, e o que mais se mostrou positivo em termos de controle da grande dispersão do vírus e logicamente de muitas mortes, foi justamente a contenção das pessoas. Essa restrição da circulação diminui muito a propagação do vírus, o que faz com que tenhamos um controle no momento certo. Nesse momento, ainda é muito necessária essa restrição para que possamos ter segurança e que Franca tenha uma minimização desses danos da epidemia.
P - A expectativa é que daqui algumas semanas seja o pico de Coronavírus na cidade?
R - Sim, mas estamos trabalhando para que haja poucos casos e tentar para que não ocorra nenhuma morte, por meio do trabalho diário de todos, não só da saúde, mas da cidade inteira. Nesse sentido temos que agradecer a colaboração dos diversos segmentos da sociedade, que estão auxiliando para que possamos trabalhar juntos na prevenção. Sabemos que as mortes são muito mais prováveis nos grupos de vulneráveis, que são pessoas com mais de 60 anos ou com problemas de imunidade, no qual o corpo não consegue responder a altura. São essas que temos uma grande preocupação, são pessoas que todos temos em casa, nas nossas famílias ou de amigos.
O último dado de investigação em Franca sobre o Coronavírus é dessa quarta-feira, 25, no qual foram notificados 24 casos suspeitos e 6 negativos. Uma ocorrência que faz agravar a situação de alerta em âmbito regional, foi o registro nesta quinta-feira do primeiro óbito em Ribeirão Preto, de uma pessoa de 36 anos, com o diagnóstico de Covid-19.